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Pilulas de sabedoria



Até o Chuck Norris tremeu {0 Comentários}

quarta-feira, outubro 28, 2009 por em: ,

Só de ver um post com esse título eu já estaria me borrando; não importa o assunto – não importa o que fez com que Chuck Norris, o homem dos fatos, tremesse nas bases – se ele tá vendo problema à frente, eu sei que devo ver o apocalipse se encaminhando.

É isso aí! É com um post sobre Mr. Norris e os fatos da vida real que volto a escrever alguma coisa. Senão o ilustre desconhecido que sou, o que digo (na generalidade) não seria nada de novo – motivo pelo qual coloquei o blog em coma, ressuscitando-o momentaneamente (ou não) sob o alerta do homem que já contou até o infinito tantas vezes. As piadas podem ser interessantes, mas Norris escreve com seriedade – e preocupação. Vamos aos fatos.

 Chuck header

Data: 25 de Setembro de 2009 – local: WorldNetDaily. Me deparo com as manchetes usuais, (percebendo o quanto a humanidade se estupidifica dia-a-dia), mas ali dentre os colunistas vejo um nome conhecido – e não do mundo noticioso ou jornalístico, mas do cinema e das artes marciais. Mesmo que não concorde com Charlie Sheen, já havia me surpreendido de vê-lo exigir investigações do papel do governo dos EUA no 11 de Setembro; e agora vi Chuck Norris, que para minha surpresa – descobri depois que li o artigo – também se propõe ao ativismo político.

A frase com que Norris inicia o artigo já dá o tom do porque vejo cavaleiros apocalípticos se aproximando: “O Halloween acabou de ficar mais assustador – muito mais assustador.” Intitulado (algo como) Governo mundial único de Obama, o artigo quer fazer eco aos avisos do Lord Christopher Monckton – assessor para ciências da Primeira-Ministra britânica Margareth “Iron Lady” Thatcher – de que Obama estaria prontinho pra ceder, entregar, pisar em cima da soberania dos EUA. Em nome de que? De um governo mundial! [1]

Na palestra de 1 hora e meia, Lord Monckton discursou perante o Minnesota Free Market Institute sobre rascunho do documento liberado pela “Secretaria” da Convenção sobre Aquecimento Global da ONU [United Nations Framework Convention on Climate Change] em Setembro. Pelo que entendi futricando o site, esse secretariado é que está organizado desde 92 na Eco92 e que articulou tudo isso de Protocolo de Kyoto e Painel Intergovernamental bla bla bla. O tal rascunho é o corpo que ganha aos poucos o documento a ser assinado em Copenhagen, Dinamarca em Dezembro. Mesmo não sendo um documento final, não passou desapercebido: como disse Chuck afinal, já teria passado por sete deliberações e revisões de subgrupos; visando chegar a um documento final até dezembro que se aproxima.[2]

Ok, e daí?” você me diz, “Qual o problema de mais uma reunião da ONU sobre o aquecimento global e um documento oficioso disso? Que horror há de ter nesse Halloween por conta de mais uma reunião que visa – em última instância – salvar o planeta em que vivemos do próprio Homem?” – Oh! Maldito existencialismo misto de materialismo niilista (o.O)! Ou só… crise emo não externada. Sim, é assim que entendo esse discurso: um niilismo, negação de tudo (que o homem faz) falta de fé na humanidade, ou melhor: fé de que ele só faz merda, decorrência da crença de que entre o céu e a terra não há nenhum mistério para além do que  julga a filosofia da matéria [em estado gasoso]. Mesmo que o discurso (ou a generalização dele) não seja causa – mas decorrência, na verdade somente uma pequena consequência de anos de estupidificação deliberada (agora é tarde, já disse) – o problema continua aí, e o problema é a crença que só um governo global resolva o aquecimento de origem antropogênica, não o próprio aquecimento global (acredite você que ele exista ou não). O discurso de quem apóia essas medidas agora pouco importa, pois o documento é a cristalização desse discurso em medidas políticas que afetarão a todos – sem exceção, algum dia.

Em resumo o documento se baseia na assunção de que sendo o aquecimento global um fenômeno de caráter (tchã rã!) mundial, e causador de mudança climática, entendida como alteração do clima à escala global por ações humanas, o homem está a modificar, de forma destrutiva, toda a estrutura da natureza. Colocando assim em xeque a vida no planeta, inclusive do próprio Homem, por alterar de maneira brusca e inconsequente os ‘caminhos da natureza’. Essa é a minha leitura resumida das justificativas; estas mostram que um problema que já existe há mais 50 anos (época de maior industrialização dos EUA) deixou marcas indeléveis em todos os países do globo.

E aqui entra a cartada de Copenhagen: a necessidade de conter a mudança climática e assim controlar os papéis dos países assinantes em sua economia (em última instância) mediante a criação de um organismo supranacional o COP [Climate Change Conference]. Os países signatários se comprometerão – assim como em Kyoto – a adotar medidas para sanar o aquecimento bla bla bla. Mas essas medidas terão de estar submetidas às prioridades adotadas pelo COP. Uma delas é a transferência de recursos dos países do Ocidente (leia-se EUA) aos países em desenvolvimento.

Na página 18, item 38, vemos o que será a base do COP (grifo meu): [2]

O esquema para o novo arranjo institucional sob a Convenção será baseado em três pilares básicos: governo; mecanismo facilitativo; e mecanismo financeiro […]

Em suma lhes digo: mecanismo facilitativo é o nome para “gastar imensas quantias de dinheiro para verificar se todo mundo está seguindo o programa à risca , ganhando autoridade de aplicação [enforcement]” – bem achei o acrônimo “COP” apropriado. Mecanismo financeiro, joga junto com os mecanismos de facilitação para “sugar dinheiro dos países ricos (em tempos de crise financeira/econômica ou não) visando ’a transferência de recursos técnicos e financeiros [destes] para países em desenvolvimento.’” Depois temos o governo que afinal é a somatização desses pilares em Conselho Executivo encarregado de gerir os mecanismos anteriores. (As palavras: "eleição", "democracia", "voto" ou "votação" não aparecem sequer uma vez em todo o documento de 181 páginas).

Ainda temendo que alguém que leia isso não veja grandes problemas, eu explico o que as palavras dóceis dos tratados da ONU costumam dizer com isso tudo. Eis o resumo de tudo: A ONU quer criar uma instituição com poderes tremendos de impor condições sobre economia e política dos signatários do evento que aprovam a criação desta instituição; tais poderes somente serão possíveis mediante um Conselho Executivo – nas palavras deles mesmos – um governo que –contudo – não será eleito. Cito Lord Monckton ao dizer “não há problema algum com o clima e, mesmo que houvesse, um tratado econômico em nada o [ajudaria].”

Chuck Norris por exemplo – assim como eu – ficou estupefato ante o item 29 da página 138 que fala da criação de mais um dentre os milhares fundos propostos: [2]

(b) Para auxiliar países cuja economias são altamente dependentes da renda gerada pela produção, beneficiamento e exportação, e/ou consumo de combustíveis fósseis e produtos associados de energia-intensiva.

O que isso significa? Significa que os países que

Depois de se tornarem uma das nações mais ricas do planeta pela produção e venda de petróleo, como as do Oriente Médio, esta governança global estabelecerá um “fundo especial” para ajudá-los financeiramente quando o mundo não é mais dependente de suas commodities! [3]

Realmente interessante como os EUA ainda conseguem criar atores que – como Reagan – sabem entrar na vida política como ativistas, atuantes sem necessariamente ter que se juntar a uma causa muitas vezes estranhas a eles por um cachê ou “oportunidade de visibilidade” junto a algum movimento social qualquer – como parece ser regra no Brasil quando algum ator decide “ser ativista político”; mas afiliar-se a um partido e “pregar” jamais. (Não culpo os atores brasileiros – com esses partidos é melhor ficar sem mesmo).

Insights à parte, é isso aí. Estamos a um passo dum governo mundial: que tem todas as razões para ser ruim e poucas possibilidades materiais que comprovem sua necessidade. Em breve falarei mais disso; não estudei tanto sobre o assunto a ponto de medir e expor as ações conjuntas que são tomadas para isso desde 1900 e pouquinho. Mas acho que colocar a falácia do governo mundial em xeque por demonstrações simples já servem pra dar um “fim” a priori de qualquer medida nesse sentido, (pelo menos é assim que deveria suscitar nos leitores). Até lá espero dúvidas (ou não, hehe) nos comentários para que eu já as respondam nesses posts posteriores.

 

 Notas_headsection

[1] – Mais informações e links sobre as declarações de Lord Monckton pode ser visto em HUDSON, Walter Scott. Obama Pronto a Ceder a Soberania dos EUA, afirma Lorde Britânico. Tradução MidiaSemMáscara.org. 17 de Outubro de 2009.

[2]: [2]-1; [2]-2; [2]-3 – Documento aqui (.pdf).

[3] – NORRIS, Chuck. Obama’s 1-world government. WorldNetDaily - A free press for a free people. 25 de Outubro de 2009

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