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ULTIMA HOMINIS FELICITAS EST IN CONTEMPLATIONE VERITATIS

Pilulas de sabedoria



Esta é uma republicação adaptada de artigo homônimo em 17 de Abril de 2009 para o Lado B de um Disco Trash. Este, juntamente com outros artigos que se seguirão serão duplicados para cá à medida que acho que traduzem o meu pensamento pessoal e sejam úteis para posts futuros lá e especialmente aqui no Blog do Delemon.


Por: Érick Delemon

Hoje eu vim cutucar feridas, e pra mostrar que aquele negócio de “política e religião não se discute” é, pra não pegar muito pesado, digno de quem se omite da sociedade e teme conviver com alguém diferente. Concordo, que para um conservador deverá ser difícil trocar idéias e visões de mundo com um social-democrata, mas isso não impede que o tentem. Pode ser divertido, educador e enriquecedor.

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E, visto que já arrisquei falar de política uma vez, falo hoje sobre religião. Mas não venho criticar nenhuma enquanto sistemas simbólicos e morais que são invariavelmente em seus diversos matizes. Critico os “fieis” das mesmas e o lapso que tem na educação moral de seus filhos. Devo isso em grande parte à minha mãe, que disse (há muitos e muitos anos) muitas das palavras que vão aparecer bem diluídas no que se segue. E nada me provou o contrário, conquanto mais e mais a minha observação geral da sociedade me provava que se mostrava correta.

Começo com um preceito que parece razoavelmente distribuído na mente urbana de que os pais, desejando dar a seus filhos o máximo de liberdade que não tiveram, dizem basicamente: “ele pode escolher a religião que quiser!” Até então eu não critico nada. O problema vem no passo seguinte: os pais muitas vezes põem seus filhos em escolas que possuem alguma tradição religiosa, mesmo que seja diferente da sua, imaginando que ele encontrará ali um clima mais tranquilo e cordial.

Esses mesmos pais são os desnaturados que jogam sobre a instituição escolar o dever de criação moral de seus filhos e alegando a liberdade do filho não lhe ensinam nada. E não defendo aqui que os pais joguem baldes de suas crenças sobre os filhos. Mas que tenham consciência de suas responsabilidades enquanto pais e guias porta toda uma vida! E que portanto devem – se quiserem, descrever no que consiste suas próprias religiões, mesmo que no mais absoluto enciclopedismo. Mas mais do que isso.

O dever dos pais é mostrar o princípio religioso! Se um pai quer evitar que ele mesmo mostre sua religião para o filho temendo algum tipo de imposição subconsciente, ele deve ter consciência de que enquanto criador de uma célula do tecido da sociedade civil, o pai deve dar a seus filhos o princípio básico de que o filho pode escolher qualquer religião que quiser, e não jogar esse princípio moralizador nas costas das escolas.

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O princípio religioso é mais do que um recorte dos sistemas morais pré-estabelicidos: é base para a vida em sociedade

O pai que consegue dar liberdade de escolha religiosa ao seu filho e que, contudo, mostra-lhe que em termos de ação, omitir é diferente de mentir, é um grande esclarecedor. Mas se o pai evidencia-lhe que em ambos os casos a verdade não está presente, e que dependendo da situação, mentira e omissão são comportamentos igualmente vis, baixios e danosos a outrem e à própria consciência é muito mais que um esclarecedor.

Reitero que não desejo ouvir crianças falando de Deus a cada esquina só porque é o correto – seria algo interessante, contudo, se o fizessem por acreditarem e viverem o que falam. O correto é elas realmente encontrarem seu caminho, e nele souberem devolver o troco correto e não sacanear alguém só pelo prazer sádico que pulula dentro de si.

E finalizo dizendo que ‘ataco’ a educação religiosa atual em que os pais, defendendo a liberdade e descambando em irresponsabilidade, nada ensinam senão a perder dinheiro (sim pois a educação financera no Brasil é péssima), a trabalhar e estudar assuntos superficialmente disconexos de seus panos de fundo morais. Para os ateus, a mensagem é a mesma: é só ensinar o garoto a viver corretamente (no sentido moral)! E não achar que colocando ele num lugarzinho bonitinho com professores educados o tornará modelar se os colegas dele não forem educados em casa antes. Em suma eu posso bem dizer: “Ensinai ética aos vossos filhos urgentemente!” E todo meu texto se encontraria resumido nessa frase.

 


Por esta ser uma republicação adaptada, talvez eu tenha optado por retirar ou alterar uma parte do texto original, em caso de acréscimo, o fiz por meio de uma fonte diferente do corpo do texto geral.

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